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🌿 Principais Lições da Climate Week NY 2024

  • Foto do escritor: Luqman Rauf
    Luqman Rauf
  • 30 de mai.
  • 5 min de leitura

Faz apenas duas semanas desde a Climate Week New York (CWNY), e nesse curto período, dois furacões devastadores — Helene e Milton — atingiram a Costa Leste dos EUA. Os temas e insights do evento em NYC ressoam ainda mais profundamente à medida que eventos climáticos extremos continuam a ocorrer em todo o mundo.

Aqui está o que levei daquela semana:

🌿 O mercado está subestimando o problema

De acordo com duas das maiores agências de classificação de risco do mundo, a mudança climática não está sendo devidamente considerada nos preços dos ativos, e se estivesse, provavelmente veríamos uma redução de 40% em alguns setores.

O risco para o setor de seguros também está aumentando, com empresas saindo de certos mercados. Isso sinaliza um desafio ainda maior sobre como vamos lidar com os custos climáticos sendo transferidos do setor privado para o setor público (por exemplo, FEMA) e os desafios políticos que surgirão.

🌿 O financiamento climático não está funcionando bem

Segundo o Goldman Sachs, estamos vendo saídas de fundos de sustentabilidade e estagnação nos investimentos direcionados aos mercados emergentes. Apesar de todo o discurso sobre a necessidade de financiamento climático e foco no sul global, ainda não começamos a fazer progresso real. Embora algumas organizações importantes estejam assumindo um papel ativo (o Banco Mundial aumentou o financiamento climático em 22% no ano fiscal de 2023), em termos absolutos, ainda estamos muito longe dos US$ 3 trilhões adicionais necessários anualmente. O mercado precisa de novos instrumentos financeiros — e eu apresentarei algumas sugestões em uma postagem futura.

🌿 A economia circular agora é um pilar essencial da descarbonização

A partir de agora, não haverá discussões sérias sobre mudança climática sem incluir a economia circular como parte da solução. O impacto é grande demais para ser ignorado.

A economia linear é responsável por mais de 45% das emissões globais e 90% da perda de terra e biodiversidade. A circularidade oferece algumas das formas mais rápidas e baratas de reduzir as emissões atualmente. É aqui que a teoria precisa virar prática — para todos.

E a evidência desse "despertar", por falta de termo melhor?

A programação da CWNY estava repleta de eventos sobre uso da terra, produção de alimentos, desperdício de alimentos, circularidade alimentar, design de produtos, design e engenharia de materiais, reuso, reciclagem, recondicionamento, gestão de resíduos, rastreabilidade da cadeia de suprimentos, certificação e padrões de circularidade, entre outros.

Nenhum evento climático que participei anteriormente chegou perto de abordar esses temas com a abrangência, profundidade e qualidade que vi na CWNY deste ano. Está claro que a necessidade das empresas entenderem o impacto de suas cadeias de suprimento — especialmente as emissões de escopo 3 — está impulsionando essa mudança, o que é compreensível, já que para a maioria das empresas, isso representa entre 73% e 95% das emissões totais.

O lançamento do Global Circularity Protocol (GCP) pelo WBCSD – World Business Council for Sustainable Development foi um dos destaques da semana, e espero que consiga cumprir a promessa de acelerar a circularidade enquanto evita os mesmos problemas de crescimento que vimos no mercado voluntário de carbono. O WBCSD afirma que o GCP sozinho pode reduzir entre 67 e 76 Gt de CO2e nos próximos 25 anos.

Esse é o tipo de ousadia que precisamos!

🌿 O metano deve ser prioridade máxima

O metano recebeu apenas cerca de 3% do financiamento climático, apesar de o IPCC identificá-lo como prioridade, dado seu potencial de aquecimento global (84 vezes maior que o CO2 em um período de 20 anos). Segundo Ilissa Ocko, Conselheira Sênior do Gabinete do Enviado Presidencial Especial dos EUA para o Clima no Departamento de Estado, abordar as emissões de metano de “mitigação rápida” e “economicamente viáveis” pode reduzir o aquecimento em 0,23 ºC até 2100.

O termo “economicamente viável” chama atenção. Talvez, se aplicarmos soluções de mercado para elevar o nível, possamos ir além — chegando mais perto do potencial total de redução de 0,91 ºC.

Aterros e esgotos representam cerca de 25% das emissões globais de metano e recebem pouca atenção. Meu palpite é que o desperdício de alimentos pode se tornar o foco principal da mitigação global do metano no próximo ano.(Divulgação completa: a Carrot já tem um produto no mercado chamado BOLD (Breakthrough in Organics Landfill Diversion) enfrentando exatamente esse desafio. 🙂)

🌿 O mercado de carbono precisa amadurecer rapidamente

Enquanto comunidades científicas e de padronização buscam consenso sobre a definição de “alta integridade”, o mercado ainda sofre com sérios problemas estruturais. O VCM (Mercado Voluntário de Carbono) ainda não é realmente um mercado. Mais de 93% dos créditos de carbono são vendidos de forma direta (ou seja, de um desenvolvedor de projeto para um comprador). Não há liquidez ou maneira de obter um preço real, e os créditos são valorizados pelos co-benefícios em vez do equivalente de 1 tonelada de CO2 evitado ou removido.

Alguns maus atores destruíram a confiança, e a falta de liquidez causou uma precificação preocupante de carbono, prejudicando projetos importantes que já estão entregando resultados.

A professora Desirée Plata, do MIT, resumiu bem:

“Estamos invertendo nossas prioridades ao precificar o carbono hoje. Estamos dispostos a pagar preços muito altos por tecnologias com impacto limitado, mesmo a longo prazo, enquanto não estamos dispostos a pagar os mesmos preços altos por medidas de mitigação. Precisamos absolutamente incentivar a mitigação agora.”

Todos precisam entender que simplesmente não haverá Net Zero sem um mercado de carbono funcional, e realmente precisamos de todos envolvidos agora na construção disso.

Só não espere.

🌿 Uma luz no fim do túnel

Algo significativo aconteceu durante a Climate Week NY 2024.

A qualidade dos participantes, particularmente o tom de seriedade e determinação dos líderes corporativos, foi algo que nunca tinha presenciado antes. Isso me sinalizou que talvez finalmente estejamos em um ponto de inflexão.

Funcionários do governo também estão pedindo abertamente que o setor privado tome iniciativa, afirmando que, embora mais punições possam (e virão), são os incentivos que vão mudar o status quo.Eu (e todos nós da Carrot) obviamente concordamos totalmente!

🌎 VAMOS TRABALHAR JUNTOS 👶

🌿 OBRIGADO

Foi uma semana incrível, e há muitas pessoas a quem agradecer e parabenizar. Aqui vão apenas algumas:

Deloitte por sediar ótimos painéis sobre circularidade e mercado voluntário de carbono e por me fornecer uma “base” durante a semana 🙏Steven Goldbach, David Rakowski, Tal Viskin, John Mennel, Kyle Tanger, Max Krasilovsky, Maria Emilia Peres, junto com os painelistas Ivonne Bojoh, Quentin Drewell, Kathryn James, Robert Metzke, Kara Succoso Mangone, Lawrence Cacciatore, Kathy Cacciola, Tomas Thyblad.

Methane Reduction Intensive liderado por Lauren Singer e Johanna Wolfson, com palestrantes ainda não mencionados: Ben Ratner, Jon Goldstein e Kelly Levin.

Tech + Food Waste: Angel Veza (ReFED) e Christine Moseley

Circular Economy Futures 2050: Diane Holdorf, Filipe Camaño Garcia, Izabella Monica Teixeira, Dr. Jack Barrie, Adalberto Maluf, Kelsi Doran Rognhaug Jacob

Brazil Climate Summit: Obrigado a Marina Cançado, Luciana Antonini Ribeiro e nossos anfitriões Arthur Gazzinelli Rabelo e João Pedro Antunes, da Amazon Web Services (AWS).


 
 
 

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